top of page
Buscar

ERVA-MATE: Lucro pode chegar a até 190%

  • Foto do escritor: Ana Carolina Silva
    Ana Carolina Silva
  • 27 de ago. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de set. de 2024

A erva-mate está sendo comercializada não apenas

para o uso tradicional, mas também em refrigerantes,

temperos, cosméticos e até para a preservação de

carnes de frangos nas exportações para o Japão.


A decisão de investir no cultivo de uma espécie bem brasileira, enraizada culturalmente, com volumoso consumo interno e que vem tendo ampla aceitação internacional pode ser uma excelente opção.

A espécie arbórea da erva-mate (Ilex paraguariensis) é nativa da América Latina, de ocorrência natural no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Centro-Sul e Sudoeste do Paraná, e alguns locais do Mato Grosso do Sul e São Paulo. A exploração da erva-mate no Sul do Brasil teve uma grande importância, chegando a representar 85% da economia paranaense no século XIX. Seu comércio levou ao desenvolvimento da navegação fluvial nos rios Iguaçu e Paraná e à construção da ligação ferroviária entre Curitiba e o litoral. Os primeiros mercados externos foram a Argentina e o Paraguai, tendo inclusive se firmado como tradição o consumo do chimarrão (na água quente) ou do tererê (na água

fria).

A boa notícia é que há menos de uma década os mercados europeus e asiáticos passaram a consumir as diversas variações desse produto.


ree

Exportações e diversificações

As exportações foram crescendo à medida em que a erva-mate passou a ser utilizada em novos e variados produtos. Hoje, há mais de 400 patentes registradas, a maioria no exterior, onde ela está sendo comercializada não apenas para o uso tradicional, mas também em refrigerantes, temperos, cosméticos e até para a preservação de carnes de frangos nas exportações para o Japão.


O mercado da erva-mate

O mercado da erva-mate já atinge cerca de US$ 1,2 bilhões ao ano e é uma atividade fundamental para a economia de vários municípios do Brasil. A produção nacional está estimada mais de 1 milhão de toneladas por ano. A área plantada no Brasil é de 67.230 hectares, com uma produtividade média de 7.702 kg/ha. A rentabilidade do cultivo da erva-mate gira em torno 42% do valor investido no primeiro ano, podendo tornar-se 190% mais lucrativa nos demais anos, o que é uma excelente alternativa de investimento e aumento de renda.


Técnicas para o cultivo da erva-mate

O bom desenvolvimento do erval depende da escolha de mudas de qualidade e do plantio feito de maneira correta, com as condições adequadas de umidade no solo, adubação e proteção das mudas contra insolação excessiva.

A erva-mate é uma cultura que requer solos profundos e que não possuam histórico de encharcamento. A época adequada para o plantio da espécie é de maio a setembro. O preparo do solo para o recebimento da muda é um dos mais importantes passos para o início do plantio. Primeiramente, deve ser feita a descompactação do solo e o plantio realizado em covas com 30 cm de profundidade e espaçamento variando de 1,5 m a 4,0 m entre as mudas. As ervas daninhas devem ser erradicadas e controladas, pois elas podem sufocar o crescimento da muda no seu desenvolvimento inicial.

A escolha da muda deve focar em indivíduos com bom enraizamento e sem atrofias. Porém, caso a muda já tenha raízes enroladas, estas podem ser removidas com corte para evitar problemas futuros no desenvolvimento aéreo da planta. A espécie não se adapta a pleno sol, podendo então necessitar de proteção, que pode ser feita por um pedaço de madeira que garanta sombra à muda nos seus primeiros meses no campo. Já os plantios com adensamento, realizados no sub-bosque de florestas, podem ser realizados durante qualquer

período do ano e sem essa proteção.


Tratos culturais para a colheita

A adoção das técnicas corretas de poda tem grande impacto na produção ervateira, mantendo a sanidade da planta e ergonomia para a colheita. A primeira poda deve ser realizada entre um e três anos após o plantio. Sua função é quebrar o crescimento apical da planta, induzindo o crescimento de brotos laterais que favorecem a produção foliar.

Nas demais podas, quando a muda atingir pelo menos três metros de altura, deve-se eliminar os ramos improdutivos e mortos e adaptar os ramos restantes a uma melhor ergonomia para colheita manual realizada pelo trabalhador. Esse procedimento pode ser repetido a cada 18 meses.

A frutificação da erva-mate ocorre nos meses de janeiro a março. Quando os frutos estão maduros, apresentam uma coloração violeta a roxa. A colheita das folhas pode ser realizada a partir de fevereiro, quando os frutos começarem a cair,

lembrando sempre de deixar um remanescente de 20% de folhas nas árvores para sua recuperação pós-colheita.


ree

Pesquisas

Com o anúncio da destinação de emendas parlamentares para pesquisas com erva-mate, dois estudos no Paraná vão focar no controle de pragas importantes para a cultura: a Embrapa Florestas vai pesquisar lagartas que atacam os ervais e a Unioeste vai pesquisar a ampola-da-erva-mate. A terceira pesquisa que vai receber recursos é do campus de União da Vitória, do Instituto Federal do Paraná, que pretende estudar a composição química da erva-mate da região, em especial a do tipo sombreado. Estão previstos R$ 609 mil para as três pesquisas. As emendas são resultado de articulação do Cogemate com as instituições de pesquisa e o poder legislativo do Paraná.


Preocupação

As lagartas desfolhadoras da erva-mate têm preocupado o setor ervateiro pelos danos causados à cultura. As espécies Thelosia camina, conhecida popularmente como ‘lagarta-da-erva-mate’, e Hylesia sp., chamada de lagarta-do-cartucho-da-erva-mate, são altamente vorazes e se alimentam tanto de brotações como de folhas mais velhas. Atualmente, a recomendação para o controle das lagartas está baseada em medidas culturais ou mecânicas, como a coleta dos adultos com armadilhas e eliminação de folhas contendo posturas. Entretanto, essas medidas não são suficientes para controlar a população dessas pragas. O uso de inseticidas químicos, além de não ser amparado por registro para uso em erva-mate, pode apresentar desvantagens, como alterações ambientais, desenvolvimento de resistência e elevação do grau de pragas para algumas espécies que eram consideradas inócuas. A inexistência de produtos testados e registrados para a cultura dificulta ainda uma avaliação da eficácia desses produtos a campo.

A pesquisadora Susete Chiarelllo Penteado, responsável pela condução dos trabalhos na Embrapa Florestas, explica:


“já foram identificados produtos biológicos que podem trazer

bons resultados no controle das lagartas, além de beneficiar

aspectos sociais, ambientais e produtivos da cadeia ervateira.

Na sequência, a Embrapa Florestas irá trabalhar junto

aos produtores e extensionistas para capacitá-los sobre a correta

utilização do produto biológico, garantindo, assim, a sua

eficácia”.


A Exata Florestal deixa o seu cultivo de Erva-mate muito mais prático e eficiênte, fazemos inventários e planos de gestão e manejo.

Comentários


©Copyright 2025 – Exata Florestal –  Todos os direitos reservados.

Engenheira florestal autônoma

Ana Carolina da Silva

CREA PR 167524D

Desenvolvido por Resultados ao Cubo³.

bottom of page